Entre as décadas de 1950 e 1960, no interior do Estado de Goiás, Jeremias sofria com a exploração do trabalhador rural, prática muito comum em todo o Brasil, situação que beirava à escravidão. Os fazendeiros, de uma forma ou de outra, mantinham o trabalhador preso aos seus serviços, em troca de quase nada e, muitas vezes, chegavam a escravizar até mesmo sua família. Depois de muito pelejar, Jeremias consegue se desvencilhar daquela situação e se muda para a cidade, levando a esposa e a filha Jussara que nascera sob aquela penúria. Novamente, Jeremias se vê obrigado a ir para outra fazenda, onde a patroa sugere que lhe dêem a menina, quase mocinha, a quem dará escola e tratos como se fosse sua filha. Assim, Jussara vai para a cidade, onde não vê mudanças na vida, pois continua prestando pesados serviços naquela casa, embora lhe tenha sido permitido frequentar a escola. Buscando fugir dessa situação de penúria e prestação de serviços gratuitos, deslumbrada pelos encantos do cigano Ramires, Jussara, uma menina de apenas doze anos de idade, sai pelo mundo, para viver um grande amor que marcaria sua vida para sempre. Desse amor lhe restaram dois filhos e a filha Angelita que, a duras penas, consegue sobreviver em um tempo de grandes dificuldades e transformações políticas, sociais e econômicas. Vivendo grande amor com um companheiro de jornada política e social, Angelita alcançava, a cada dia, grande aprendizado, o que a levou a vencer todos os obstáculos com que se deparou ao longo dos tortuosos caminhos que a vida lhe reservara.